Meta adiará o lançamento do recurso Comunidades do WhatsApp no Brasil como parte dos planos para combater a disseminação de informações falsas antes das eleições presidenciais.
Anunciado na semana passada, a ferramenta Comunidades é um substituto rico em recursos para bate-papos em grupo, que permite aos usuários enviar mensagens para diferentes grupos ao mesmo tempo. A atualização inclui ferramentas como compartilhamento de arquivos e chamadas em grupo para até 32 pessoas, além de controles de moderação e a capacidade de hospedar subgrupos.
Segundo a empresa, o recurso só será lançado no Brasil após as eleições presidenciais, marcadas para outubro. O chefe de políticas públicas da empresa, Dario Durigan, disse ao site de notícias brasileiro G1 essa decisão de adiar o lançamento é “uma medida de precaução” para evitar amplificar o ruído em torno do processo democrático em um “ano complicado”.
A decisão segue o acordo entre o Meta e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciado no início deste ano, com medidas para combater a desinformação e a disseminação de notícias falsas que podem prejudicar as próximas eleições.
Na época, o WhatsApp – que esteve no centro de um escândalo envolvendo o atual presidente do país nas eleições de 2018 – se comprometeu com algumas iniciativas, como o aprimoramento de um chatbot desenvolvido para as eleições de 2020, além de realizar seminários para funcionários do TSE sobre o funcionamento do aplicativo. Acordos semelhantes foram assinados com todas as principais plataformas de mídia social ativas no Brasil, incluindo as demais plataformas Meta, Facebook e Instagram.
Apesar da decisão de adiar o lançamento para o final de 2022, o Ministério Público questionou o aplicativo de mensagens sobre a possibilidade de adiar o lançamento do recurso de grupo até 2023. O documento alerta para o perigo de um “revés real para os esforços de enfrentamento comportamentos abusivos potencialmente ligados à desinformação”.
Também: Redes sociais fazem parceria com a justiça eleitoral do Brasil para combater notícias falsas durante as eleições
O Brasil é um dos maiores mercados do mundo para o WhatsApp. O país está entre os mais ativos tanto em número de usuários quanto em uso do aplicativo: é o aplicativo móvel que os brasileiros usam com mais frequência e por mais tempo.
Por outro lado, o Telegram vem ganhando espaço no Brasil. A aceitação da ferramenta de mensagens acelerou, especialmente depois que o presidente mudou suas comunicações para a plataforma após a decisão do WhatsApp de limitar o encaminhamento de mensagens. Segundo levantamento do Mobile Time & Opinion Box, o Telegram está presente em 60% dos smartphones do Brasil.
No início deste ano, o Telegram quase foi banido no Brasil depois de cumprir integralmente várias solicitações relacionadas a investigações em andamento sobre a disseminação de desinformação e tentativas de contato ignoradas das autoridades brasileiras. A empresa então se comprometeu a cooperar com as autoridades e concordou em aderir ao programa permanente de combate à desinformação liderado pelo TSE.