Licitações submarinas em andamento pelas gigantes petrolíferas Petrobras e Shell podem resultar na contratação de até 90 árvores de Natal molhadas (WCTs) para o Brasil, disse uma fonte familiarizada com o assunto à BNamericas.
Um WCT consiste em um conjunto de válvulas, carretéis de revestimento e acessórios utilizados para regular o fluxo de tubulações em poços.
Genericamente, uma única unidade para um campo do pré-sal custa cerca de US$ 7 milhões – valor que pode variar de acordo com a tecnologia necessária, tipo de contrato e quantidade de unidades encomendadas em um único pacote, entre outros fatores.
A estatal Petrobras está realizando três processos competitivos, que também incluem serviços associados.
Uma é pelos projetos offshore desenvolvidos em consórcio. O escopo envolve a compra de 30-40 WCTs, e as propostas comerciais estão sendo analisadas.
Outra licitação prevê a contratação de 15 a 20 WCTs para empreendimentos integrais e as propostas deverão ser apresentadas em 20 dias.
A terceira é para o projeto Búzios 10 (P-82 FPSO), onde a CNOOC e a CNODC são parceiras, envolvendo 15 unidades com propostas a serem apresentadas em agosto.
De acordo com a legislação brasileira, as informações sobre projetos operados em consórcios com grupos privados não precisam ser divulgadas.
Enquanto isso, a Shell receberá durante este mês as licitações para um pacote de 15 WCTs para seu campo de Gato do Mato.
HISEP
O prazo de licitações para a contratação do inovador sistema submarino de separação de CO2 da Petrobras, Hisep, foi prorrogado de junho para 30 de agosto.
“Há vários pontos em discussão: questões contratuais, o envolvimento do [federal watchdog] A ANP, por se tratar de uma iniciativa tecnológica, e ajustes estão sendo feitos no ambiente colaborativo da licitação”, disse a fonte.
“A Petrobras nunca comprou equipamentos dessa complexidade tecnológica, mas não vejo nada que possa inviabilizar o processo licitatório.”
Aker Solutions, OneSubsea e TechnipFMC estão participando da licitação, que inclui o fornecimento das linhas flexíveis que serão conectadas à Hisep.
O protótipo será testado no campo Mero 3, onde o primeiro óleo está programado para 2024.
Shell, TotalEnergies, CNPC e CNOOC fazem parte do consórcio do bloco Libra, onde estão localizados os projetos Mero.
Além dos desenvolvimentos subsequentes do Mero, a Petrobras deverá contratar separadores submarinos de CO2 para as futuras etapas de produção do campo de Búzios.